domingo, 3 de maio de 2015

Teorias da Aprendizagem XXVII – Howard Gardner e a Teoria das Múltiplas Inteligências



História pessoal
Howard Gardner é psicólogo e atua na área de desenvolvimento humano. Em seus estudos, propôs uma teoria a respeito da natureza da inteligência humana, que vai contra algumas concepções que pensam a inteligência como algo que pode ser mensurado, medido através de testes psicométricos, como os testes de Quociente Intelectual(QI).
Gardner é professor da Universidade de Harvard e da Universidade de Boston, onde leciona disciplinas no campo da Neurologia, da Cognição e da Educação. Além disso, integra o grupo de pesquisa em cognição humana, conhecido como Projeto Zero, financiado pela Universidade de Harvard.

Sua contribuição no campo da Educação concentra-se no fato de ter alertado os educadores para a existência de diferentes habilidades na constituição do sujeito que devem ser valorizadas no interior das salas de aula.

Compreendendo a teoria
Existem várias ideias que hoje influenciam a área educacional. Uma delas, na área cognitiva, é o conceito de Múltiplas Inteligências, de Howard Gardner, que traz propostas que derrubam antigos paradigmas de uma visão tradicional sobre a inteligência.

Gardner critica o conceito de inteligência como uma propriedade única da mente e também os chamados testes de inteligência, que pretendem medir a inteligência de modo definitivo. Segundo ele, para abarcar adequadamente o campo da cognição humana, é necessário incluir um conjunto muito mais amplo e mais universal de competências do que comumente se considerou. É necessário, também, permanecermos abertos à possibilidade de que muitas – quando não a maioria destas competências – não se prestam a medições por métodos verbais padronizados, os quais baseiam-se pesadamente numa combinação de habilidades lógicas e linguísticas (estrutura mais comum dos testes de QI).

Com essas considerações, Gardner formulou uma definição classificada como uma “inteligência”. A inteligência se refere à capacidade de resolver problemas ou criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais. Propôs então sete competências humanas, sete inteligências que preenchem os critérios de uma inteligência.

Cada inteligência é relativamente independente das outras e os talentos intelectuais de um indivíduo, digamos, em música, não podem ser inferidos a partir de suas habilidades em matemática, linguagem ou compreensão interpessoal, como usualmente se faz nos testes de inteligência.

Os testes de inteligência usados hoje baseiam-se em questões de informações gerais, vocabulário, habilidades aritméticas, habilidades lembrar séries de números, capacidades de captar a similaridade entre dois elementos e por aí em diante, todos critérios voltados para o sucesso acadêmico, o que significa dizer que os atuais métodos de avaliação do intelecto não estão suficientemente aptos para permitir a avaliação dos potenciais ou conquistas dos indivíduos a eles submetidos.

Gardner acredita que há evidências para a existência de diversas competências intelectuais humanas relativamente autônomas, por ele denominadas “inteligências humanas”. Essas são as “estruturas da mente”. A exata natureza e extensão de cada estrutura individual não foi até o momento satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido. Porém, parece cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, e que elas são relativamente independentes umas das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas.
A noção das inteligências múltiplas não é um fato cientificamente comprovado: ela é, no máximo, uma ideia que recentemente adquiriu o direito de ser discutida seriamente, mas a busca de Gardner fundamenta-se na procura por uma teoria decisiva sobre o alcance da inteligência humana. 

Texto: Valéria da Hora Bessa 
Fragmento do Livro: Teorias da Aprendizagem
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