História pessoal
Howard Gardner é psicólogo
e atua na área de desenvolvimento humano. Em seus estudos, propôs uma teoria a
respeito da natureza da inteligência humana, que vai contra algumas concepções
que pensam a inteligência como algo que pode ser mensurado, medido através de
testes psicométricos, como os testes de Quociente Intelectual(QI).
Gardner é professor da Universidade de Harvard e da
Universidade de Boston, onde leciona disciplinas no campo da Neurologia, da
Cognição e da Educação. Além disso, integra o grupo de pesquisa em cognição
humana, conhecido como Projeto Zero, financiado pela Universidade de Harvard.
Sua
contribuição no campo da Educação concentra-se no fato de ter alertado os
educadores para a existência de diferentes habilidades na constituição do
sujeito que devem ser valorizadas no interior das salas de aula.
Compreendendo a teoria
Existem várias ideias que hoje influenciam a área
educacional. Uma delas, na área cognitiva, é o conceito de Múltiplas Inteligências, de Howard Gardner, que traz propostas que
derrubam antigos paradigmas de uma visão tradicional sobre a inteligência.
Gardner critica o conceito de inteligência como uma
propriedade única da mente e também os chamados testes de inteligência, que
pretendem medir a inteligência de modo definitivo. Segundo ele, para abarcar
adequadamente o campo da cognição humana, é necessário incluir um conjunto muito
mais amplo e mais universal de competências do que comumente se considerou. É
necessário, também, permanecermos abertos à possibilidade de que muitas –
quando não a maioria destas competências – não se prestam a medições por
métodos verbais padronizados, os quais baseiam-se pesadamente numa combinação
de habilidades lógicas e linguísticas (estrutura mais comum dos testes de QI).
Com essas considerações, Gardner formulou uma definição
classificada como uma “inteligência”. A inteligência se refere à capacidade de
resolver problemas ou criar produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais
cenários culturais. Propôs então sete competências humanas, sete inteligências
que preenchem os critérios de uma inteligência.
Cada inteligência é relativamente independente das
outras e os talentos intelectuais de um indivíduo, digamos, em música, não
podem ser inferidos a partir de suas habilidades em matemática, linguagem ou
compreensão interpessoal, como usualmente se faz nos testes de inteligência.
Os testes de inteligência usados hoje baseiam-se em
questões de informações gerais, vocabulário, habilidades aritméticas,
habilidades lembrar séries de números, capacidades de captar a similaridade
entre dois elementos e por aí em diante, todos critérios voltados para o sucesso
acadêmico, o que significa dizer que os atuais métodos de avaliação do
intelecto não estão suficientemente aptos para permitir a avaliação dos
potenciais ou conquistas dos indivíduos a eles submetidos.
Gardner acredita que há evidências para a existência de
diversas competências intelectuais humanas relativamente autônomas, por ele
denominadas “inteligências humanas”. Essas são as “estruturas da mente”. A
exata natureza e extensão de cada estrutura individual não foi até o momento
satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi
estabelecido. Porém, parece cada vez mais difícil negar a convicção de que há
pelo menos algumas inteligências, e que elas são relativamente independentes
umas das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de
maneiras adaptativas por indivíduos e culturas.
A noção das inteligências
múltiplas não é um fato cientificamente comprovado: ela é, no máximo, uma ideia
que recentemente adquiriu o direito de ser discutida seriamente, mas a busca de
Gardner fundamenta-se na procura por uma teoria decisiva sobre o alcance da
inteligência humana.
Texto:
Valéria da Hora Bessa
Fragmento
do Livro: Teorias da Aprendizagem
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