terça-feira, 21 de abril de 2015

… E A VACA FOI PRO BREJO!


Um velho monge e seu discípulo costumavam visitar as pessoas que moravam em vilarejos distantes da cidade. Num dos seus passeios, já estava anoitecendo e eles ainda estavam no meio de uma estrada, distantes do vilarejo para onde se dirigiam. Avistaram um sítio, aproximaram-se e pediram pousada durante aquela noite.
O sítio era muito simples. Ali, viviam um casal de aparência humilde e seus três filhos, pequenos, raquíticos. A pobreza do lugar era visível e, mesmo assim, eles acolheram, de bom grado, a dupla de viajantes.
Durante o jantar, onde fora servido mingau de leite com farinha, o mestre indagou: “-Neste lugar não há sinais de comércio ou de algum trabalho. Também não vimos nenhuma plantação. Como vocês sobrevivem aqui?”
O dono da casa respondeu: “- Meu amigo, nós temos uma milagrosa vaquinha, que nos dá vários litros de leite todos os dias. Uma parte desse leite nós vendemos ou trocamos na cidade, por outros alimentos ou coisas que necessitamos. Outra parte, fazemos queijo, coalhada, pirão e, assim, vamos sobrevivendo. Não sabemos plantar, também acho que essa terra não dá nada e tudo aqui é muito difícil. Ai de nós se perdemos a nossa vaquinha!”

De madrugada, os dois receberam um copo de leite quente. Em seguida, agradeceram a hospitalidade e foram embora. Assim que saíram do sítio, o mestre ordenou ao discípulo que ele pegasse a vaca e a atirasse num precipício. O jovem, surpreso, não só se chateou como ficou revoltado com a atitude desumana do seu mestre:” -Como podemos destruir a única fonte de sobrevivência dessa família?”
Relutou um pouco, mas limitou-se a cumprir a ordem do mestre. Alguns anos depois, o jovem, retornando sozinho àquela região, resolveu dirigir-se ao sítio daquela família que lhes hospedara.

Chegando lá, qual não foi o seu espanto quando verificou que o local havia mudado muito. O casal que vinha em sua direção era o mesmo, mas estava feliz. As crianças cresceram e, agora, já quase adolescentes, estavam bonitas, bem nutridas. Tudo havia passado e para melhor: horta, frutas, galinhas, animais diversos passeavam pelo sítio. O jovem, não acreditando no que via e ainda sentindo-se culpado, questionou:”- Como é possível vocês terem progredido tanto?!”

Ao que o casal respondeu: “- Quando vocês estiveram aqui a nossa situação não era das melhores. Tínhamos só uma vaquinha e toda a nossa sobrevivência vinha dela. Logo após a saída de vocês, aconteceu uma tragédia – nossa vaquinha caiu num precipício. Entramos em desespero, mas, daí em diante, tivemos que fazer outras coisas, desenvolver outros meios de sobrevivência. Descobrimos que a nossa terra era fértil e boa para legumes e frutas. Fomos, aos poucos, criando gosto e hoje é essa beleza que o senhor está vendo. Graças à perda da nossa vaquinha.”
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Reflitamos nessa história contada por Albigenor & Rose Militão que ela é muito oportuna para levar as pessoas à reflexão sobre situações de acomodação e o quanto é importante inovar.
Como aprendizado essa história é bastante profunda, pois segundo os autores:”-Crises são deixas para o nosso crescimento. Sermos obrigados a sair da zona de conforto machuca, mas , no final, ficamos mais fortalecidos, mais criativos. Mandar a vaca para o brejo não significa perder e morrer. É, na verdade, uma excelente e dolorosa oportunidade para redimensionar valores, atitudes e novos planos”.

http://www.garretanocoach.com.br/e-a-vaca-foi-pro-brejo/

Teorias da Aprendizagem XVII - O material criado por Montessori



...O material pedagógico desenvolvido por Montessori ocupa um lugar de destaque no conjunto de seu trabalho, pois pressupõe a construção do conhecimento dos objetos e conceitos abstratos a partir da interação direta dos aprendizes com os objetos em si. Deste modo, cabe ao professor estimular na criança o desejo de conhecer, que, segundo Montessori, já se manifesta na criança por meio do que ela chamou de impulso interior para o trabalho espontâneo do intelecto.
Diante disso, Montessori desenvolve uma série de grupos de materiais didáticos divididos entre: exercícios para a vida cotidiana; material sensorial; material cromático; material de linguagem; material de matemática e material de ciências.

Materiais para o desenvolvimento da vida cotidiana
Os materiais destinados ao desenvolvimento da vida cotidiana ou vida prática consistem em exercícios que buscam favorecer o desenvolvimento da autonomia, da percepção, dos processos psicomotores e da atenção. Qualquer objeto do meio no qual a criança está inserida pode ser considerado de vida cotidiana, mas, em Educação, pode-se favorecer os exercícios de vida cotidiana com a criação dos “cantinhos de atividade” tão conhecidos pelos educadores. Além disso, as ações de vestir-se, assear-se, arrumar-se e organizar-se também estão incluídas no conjunto de exercícios considerados por Montessori como sendo de vida cotidiana (por exemplo, quadros de abotoar).

Material sensorial
Já o material sensorial consiste no conjunto de jogos de encaixe que são apresentados em formas e dimensões diferentes utilizados para estimular a atividade motora e a percepção visual (por exemplo, escadas marrons, encaixes sólidos, barras vermelhas).

Material cromático
O material utilizado para o desenvolvimento do senso cromático é dividido em uma série de 63 peças (tabletes) enrolados em fios de seda e disposto numa gradação de nove cores que vão do cinza, com gradações de branco e preto, ao rosa, passando pelo vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, violeta e marrom. Além desse material, Montessori desenvolveu ainda os encaixes geométricos, ou encaixes planos, que consistem no encaixe de formas variadas como triângulo, quadrado, retângulo, trapézio e círculo na cor azul em molduras de madeira. O objetivo desses materiais é estimular a criatividade e o desenvolvimento psicomotor.

Material de linguagem
No que diz respeito ao desenvolvimento das habilidades linguísticas relacionadas à leitura e à escrita, Montessori desenvolve as letras de lixa ou alfabeto de lixa, caracterizado pela textura de lixa em letras recortadas e pregadas em cartões, tendo as vogais um fundo vermelho e as consoantes um fundo azul. Além das letras de lixa, Montessori desenvolve ainda o alfabeto móvel e os ditados mudos, sendo estes dois últimos materiais complementares.
Material de matemática
Para o desenvolvimento das habilidades matemáticas, parte mais conhecida da metodologia montessoriana, Montessori desenvolve um conjunto considerável de materiais. São eles: os algarismos de lixa (que seguem o mesmo princípio das letras de lixa), as barras vermelhas e azuis, a caixa de furos, a caixa de numeração, os tentos, a tábua de Séguin, a serpente, a tábua de Pitágoras, os blocos lógicos e o material dourado.
Todos este materiais, segundo Montessori, podem ser utilizados durante a realização de atividades individuais com as crianças em suas mesas ou em tapetes, que têm como objetivo delimitar o espaço de ação da criança, bem como assegurar a mesma segurança e tranquilidade para a execução de suas tarefas.

Cada um dos materiais apresentados pode ser, segundo Montessori, utilizado de forma isolada ou de forma conjugada, uma vez que se complementam e podem auxiliar mais rapidamente o desenvolvimento das características necessárias para a ação da criança no meio no qual está inserida. Por exemplo, pode-se estimular uma criança por intermédio dos exercícios de vida prática aliado aos exercícios sensoriais.

Cabe ressaltar que Montessori também considerava o desenvolvimento infantil a partir de etapas biológicas. Por este motivo, antes de se escolher o material para ser utilizado no desenvolvimento de alguma habilidade infantil, deve-se atentar para a etapa de desenvolvimento cognitivo na qual a criança se encontra, para que não se ofereça a ela desafios além ou aquém de suas capacidades, o que seria um desafio intransponível ou pouco estimulante para ela.

Outro fator importante está relacionado com a questão da livre escolha das atividades pela criança, uma vez que o sentido de liberdade em Montessori ganha dimensões mais profundas em relação à aprendizagem. Isto significa dizer que, para Montessori, é a liberdade que conduz a criança na direção de sua autodisciplinarização, que exige dela (a criança) concentração, atenção, ordem e silêncio.

O método montessoriano em ação

Quando falamos do método montessoriano em ação, não estamos falando somente do uso dos materiais criados por Montessori, mas sim desse uso a partir de conceitos filosóficos mais amplos, como liberdade, autonomia e espiritualidade – todos conceitos relacionados ao desenvolvimento humanístico e holístico da criança, ou seja, ao desenvolvimento da criança enquanto um ser integral.

O ambiente social, nesse sentido, deve favorecer atividades individuais e atividades grupais, desenvolvendo no grupo noções de responsabilidade consigo e com o outro. Para tanto, Montessori trabalha a partir do conceito de autonomia, que se baseia na capacidade de convívio grupal de cada um no exercício de convivência que tem como premissa o conhecimento dos deveres e direitos de cada um do grupo.

O sistema social assim organizado permite o desenvolvimento das escolhas pessoais e da compreensão das consequências individuais e coletivas de cada ação realizada. Deste modo, cada criança exerce influência sobre a outra no sentido de estimular o livre arbítrio.
Já o conceito de liberdade postulado por Montessori (apud LIMA, 2005, p. 67) consiste na “liberdade de expressão [que] permite a criança revelar-nos suas qualidades e necessidades, que permaneceriam ocultas ou recalcadas num ambiente infenso à atividade espontânea”. Justamente por isso, Montessori desenvolve um método pedagógico baseado em atividades, para promover o desenvolvimento de uma liberdade espontânea de ação e de pensamento.

É neste mesmo sentido que Montessori (apud LIMA, 2005, p. 70) desenvolve seus pensamentos sobre disciplina. Nos diz a autora:
Disciplinado, segundo nossa concepção, é o indivíduo que é senhor de si mesmo, e em decorrência pode dispor de si ou seguir uma regra de vida [...] Disciplina que não se circunscreva tão-somente ao meio escolar, mas abarque igualmente o âmbito social. [...] É dever do educador impedir que a criança confunda bondade com imobilidade, maldade com atividade. [...] Nosso objetivo é disciplinar a atividade e não imobilizar a criança ou torná-la passiva.

Disciplinando a atividade, as crianças têm necessariamente que se responsabilizar tanto pelos objetos de uso pessoal quanto pelos objetos de uso coletivo. Da mesma forma, o respeito à diversidade também é valorizado pelo método montessoriano, que vê na cooperação e na colaboração aberturas pedagógicas fundamentais de valorização das capacidades individuais de cada criança.

Desse modo, Maria Montessori acabou por desenvolver um conjunto de práticas que tiveram como propósito estimular o desenvolvimento da criança enquanto um ser total, auxiliando na construção de uma postura diante da vida que pressupõe capacidade intelectual, tranquilidade, autoconfiança, liberdade, autonomia, cooperação e respeito.

Texto: Valéria da Hora Bessa 
Fragmento do Livro: Teorias da Aprendizagem
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Teorias da Aprendizagem XVI - A aprendizagem segundo o método Montessoriano



História pessoal
         Maria Montessori nasceu em Chiaravelle, na Itália, em 31 de agosto 1870. Passou sua infância em Roma, onde mais tarde veio a estudar
         Medicina por autorização do Papa Leão XIII, sendo a primeira mulher italiana a freqüentar a universidade. Seus estudos giraram em torno dos conhecimentos em Psiquiatria, área que mais tarde veio a auxiliar seu trabalho junto às crianças com deficiências mentais.
Em 1898, Montessori e Giuseppe Montesano são nomeados co-diretores da Escola Orfeônica de Roma, dirigida a cuidados das referidas crianças portadoras de deficiências mentais. Inicia-se aí a relação de Montessori com a Educação, laço que é estreitado em 1904, quando Montessori torna-se livre-docente pela Universidade de Roma na área de Antropologia, e dedica-se ao trabalho com crianças de uma creche para filhos de operários em San Lorenzo, bairro operário de Roma. Tal trabalho dá origem à famosa Casa dei Bambini (Casa das Crianças), que vem a se tornar o primeiro modelo de educação montessoriana, bem como um dos primeiros modelos de creche baseados no paradigma do educar, em contraposição ao paradigma do cuidar.
Montessori publica alguns livros, entre eles O método da pedagogia científica, que divulga seu trabalho pelo mundo e a afasta definitivamente da Medicina, uma vez que passa a dedicar-se exclusivamente à Pedagogia. Seu método, maneira como passaram a chamar a pedagogia montessoriana, é adotado em vários países como Itália, Panamá, Estados Unidos, Inglaterra, Rússia, Canadá, México, Bolívia, Equador, Venezuela, Brasil, Chile, Argentina e Holanda.
O sucesso do método montessoriano é, em parte, relativo aos materiais pedagógicos específicos para crianças de 6 a 11 anos inventados por ela. Apesar de todo o sucesso alcançado, inclusive internacionalmente, as escolas montessorianas italianas são fechadas durante a Segunda Guerra Mundial, uma vez que Montessori recusa-se a apoiar o regime fascista ditatorial comandado por Benito Mussolini.
Com o fim da Segunda Guerra, Montessori publica os livros A formação do homem; Para educar o potencial humano; e O que você precisa saber sobre seu filho, todos destinados a discutir a educação da vontade e da atenção na criança, maneira pela qual a mesma tem liberdade de escolher o material a ser utilizado durante sua pedagogização, além de proporcionar a cooperação.
      
A pedagogia montessoriana consiste em harmonizar a interação de forças corporais e espirituais, o corpo, a inteligência e a vontade da criança, buscando uma pedagogia livre de repressões e plena de diálogo e reflexão sobre a autoconstrução da criança.
Maria Montessori morre em 1952, após anos de dedicação ao desenvolvimento de crianças deficientes e não-deficientes a partir do contato com práticas pedagógicas diferenciadas.
Texto: Valéria da Hora Bessa 
Fragmento do Livro: Teorias da Aprendizagem
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domingo, 19 de abril de 2015

Sugestão de Roteiro de Plano de Aula



O Planejamento de Aula é de fundamental importância para que se atinja êxito no processo de ensino-aprendizagem. A sua ausência pode ter como consequência, aulas monótonas e desorganizadas, desencadeando o desinteresse dos alunos pelo conteúdo e tornando as aulas desestimulantes. 

De acordo com Libâneo “o Planejamento Escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”.

Entre os elementos que devem compor um Plano de Aula estão: 

  • Clareza e objetividade;
  • Atualização do plano periodicamente; 
  • Conhecimento dos recursos disponíveis da escola; 
  • Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o conteúdo abordado; 
  • Articulação entre a teoria e a prática; 
  • Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino-aprendizagem; 
  • Sistematização das atividades com o tempo; 
  • Flexibilidade frente a situações imprevistas; e
  • Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como revistas, jornais, filmes entre outros.

Portanto, o bom planejamento das aulas aliado à utilização de novas metodologias (filmes, mapas, poesias, músicas, computador, jogos, aulas práticas, atividades dinâmicas...) contribui para a realização de aulas satisfatórias em que os estudantes e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável com vistas a facilitar a compreensão.

Roteiro do Plano de Aula:

1 - Nome da Turma, 2-Turno, 3 - Data, 4 - Conteúdos (tema/unidade/tópico),     
5 - Objetivos, 6 - Atividades Previstas, 7- No final do curso o aluno deverá saber...
8 - Estratégias (Metodologia), 9 - Recursos Didáticos, 10 - Duração, 
11 - Avaliação, 12 -Recado do Dia

                                                                                                                     Luciene Rezende
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