Histórico de Wallon
Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em Medicina e Psicologia e também em Filosofia. Atuou como médico na PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbone e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova – instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país, da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962, aos 83 anos.
Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a
infância e os caminhos da inteligência nas crianças.
Militante de esquerda, participou das forças de
resistência contra Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia
política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs
mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto
Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon – conjunto de propostas
equivalentes à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito
que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar.
Em 1948, lançou a revista Enfance, que serviria de plataforma de novas idéias no mundo da
Educação, que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para
pesquisadores e professores.
De acordo com Galvão (2003, p. 15), Wallon foi um homem
que procurou unir a ação social à atividade científica. Sua vida foi marcada
por intensa participação no que acontecia em sua época. Marxista, não pelo sistema
de governo, mas pela corrente filosófica, dizia que é preciso separar o plano
político do científico. Segundo Zazzo (1983 apud
GALVÃO, 1995, p. 20),
o
termo marxismo faz hoje pensar num sistema de governo, numa interpretação da
História, num dogma. Isto tudo está inteiramente fora do pensamento de Wallon.
De Marx, ele ficou com o ideal de libertação e, no plano científico, conservou
do marxismo não o ensino de um dogma e sim um método de análise. Wallon também tinha grande
relação com as artes. Ele faz uma relação entre a atividade do cientista e a do
artista. Ainda segundo Zazzo (1968, apud GALVÃO, 1995, p. 20),
há um grande parentesco entre o artista e o cientista. O cientista tem necessidade de mais imaginação do que costuma supor. Ele precisa remanejar a realidade para compreendê-la. O artista precisa desarticulá-la para reafirmá-la a sua maneira.
De acordo com Galvão
(2003, p. 23), ao longo da carreira, Wallon foi se aproximando cada vez mais da
Educação. Achava que entre Psicologia e Pedagogia deveria haver uma relação de
mútua reciprocidade. A Pedagogia ofereceria campo de observação e investigação
à Psicologia, uma vez que esta, na construção de conhecimentos sobre o processo
de desenvolvimento infantil, aprimoraria a prática pedagógica.
Afeto e construção do
conhecimento em Wallon
Wallon mostrou que as crianças têm também corpo e
emoções (e não apenas cabeça) na sala de aula, pois sua teoria pedagógica diz
que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro.
Fato que podemos perceber na elaboração de Wallon sobre seus estágios de
desenvolvimento.
Segundo Galvão (2003, p. 43),
Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva. [...] As atividades predominantes correspondem aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente.
Texto:
Valéria da Hora Bessa
Fragmento
do Livro: Teorias da Aprendizagem
Obrigada Bruna pelo comentário.
ResponderExcluirGostei muito do seu artigo. Parabéns!
Excluir