terça-feira, 14 de abril de 2015

Teorias da Aprendizagem X - A Teoria de Henri Wallon - Parte 1



Histórico de Wallon

Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em Medicina e Psicologia e também em Filosofia. Atuou como médico na PrimeiraGuerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbone e vice-presidente do Grupo Francês de Educação Nova – instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país, da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962, aos 83 anos.
Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças.

Militante de esquerda, participou das forças de resistência contra Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon – conjunto de propostas equivalentes à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar.

Em 1948, lançou a revista Enfance, que serviria de plataforma de novas idéias no mundo da Educação, que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para pesquisadores e professores.
De acordo com Galvão (2003, p. 15), Wallon foi um homem que procurou unir a ação social à atividade científica. Sua vida foi marcada por intensa participação no que acontecia em sua época. Marxista, não pelo sistema de governo, mas pela corrente filosófica, dizia que é preciso separar o plano político do científico. Segundo Zazzo (1983 apud GALVÃO, 1995, p. 20), o termo marxismo faz hoje pensar num sistema de governo, numa interpretação da História, num dogma. Isto tudo está inteiramente fora do pensamento de Wallon. De Marx, ele ficou com o ideal de libertação e, no plano científico, conservou do marxismo não o ensino de um dogma e sim um método de análise. Wallon também tinha grande relação com as artes. Ele faz uma relação entre a atividade do cientista e a do artista. Ainda segundo Zazzo (1968, apud GALVÃO, 1995, p. 20),

há um grande parentesco entre o artista e o cientista. O cientista tem necessidade de mais imaginação do que costuma supor. Ele precisa remanejar a realidade para compreendê-la. O artista precisa desarticulá-la para reafirmá-la a sua maneira.

De acordo com Galvão (2003, p. 23), ao longo da carreira, Wallon foi se aproximando cada vez mais da Educação. Achava que entre Psicologia e Pedagogia deveria haver uma relação de mútua reciprocidade. A Pedagogia ofereceria campo de observação e investigação à Psicologia, uma vez que esta, na construção de conhecimentos sobre o processo de desenvolvimento infantil, aprimoraria a prática pedagógica. 
Afeto e construção do conhecimento em Wallon
Wallon mostrou que as crianças têm também corpo e emoções (e não apenas cabeça) na sala de aula, pois sua teoria pedagógica diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro. Fato que podemos perceber na elaboração de Wallon sobre seus estágios de desenvolvimento.

Segundo Galvão (2003, p. 43),

Wallon vê o desenvolvimento da pessoa como uma construção progressiva em que se sucedem fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva. [...] As atividades predominantes correspondem aos recursos que a criança dispõe, no momento, para interagir com o ambiente.


Texto: Valéria da Hora Bessa 
Fragmento do Livro: Teorias da Aprendizagem

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