quinta-feira, 16 de abril de 2015

Teorias da Aprendizagem XII - A Teoria de Henri Wallon – Parte 3



Relação professor–aluno na sala de aula

É de responsabilidade da escola democrática dar condições para os alunos continuarem estudando e aprendendo durante toda a vida, valorizando o respeito pelos companheiros, a solidariedade, a capacidade de participação em atividades coletivas, bem como acreditar nas transformações da sociedade, fazendo com que suas ações e palavras tenham sentido, tendo também consciência da importância do sentimento de coletividade onde todos se preocupam com o bem de cada um e de todos.
Dessa forma, cabe ao professor, como parte integrante da escola, ter a responsabilidade e o compromisso com o aluno, dando apoio para que este se torne um cidadão participativo na sociedade como um todo. Libâneo (1994, p. 251), nos diz que a característica mais importante da atividade profissional do professor é a mediação entre o aluno e a sociedade.

Segundo o autor, o professor prepara o aluno para que este possa fazer uma relação do que já conhece (sua origem) com o que virá a conhecer (o que o meio tem a lhe oferecer). Para tanto, o professor precisa colocar o aluno como centro em todo o processo de elaboração das suas aulas e ter consciência da sua responsabilidade educativa, considerando o aluno desde o planejamento até o momento de avaliação da aprendizagem.

Fora do círculo familiar, a escola é o primeiro agente socializador e, para que ela ofereça todas as condições necessárias para que a criança se sinta segura e protegida, é necessária a presença de um educador consciente do seu profissionalismo. É preciso que o professor tenha consciência de que ao entrar na escola pela primeira vez, a criança tem a necessidade de ser bem recebida, pois é nesse momento que há um rompimento com sua vida familiar, dando início a um novo momento.

Para que esse momento inicial se dê de forma tranqüila, o professor precisa perceber algumas coisas que a criança gosta, ou melhor, que a criança traz de seu meio original e aproveitar tais características para estimular a aprendizagem. Isto torna o professor mais próximo de seus alunos.
Porém, na maioria das vezes, a criança percebe quando o professor gosta dela e acaba por tirar proveito dessa situação. O professor deve mostrar que gostar não significa fazer todas as vontades, mas agir com paciência, dedicação e afeto para que o aprendizado se torne muito mais prazeroso e efetivo. Até porque, quando há autoritarismo, o desinteresse pelo aprendizado acaba sendo inevitável.

Em muitos momentos de hostilidade dos alunos, o professor acaba cometendo atitudes equivocadas. É preciso manter a calma, dialogar com o aluno e tentar perceber o que está acontecendo. O professor, ao demonstrar por meio de muita paciência seu interesse em ajudar a resolver a situação, se torna parte essencial de um bom relacionamento entre professor e aluno.
Outra questão muito importante no processo de ensino-aprendizagem é nunca, em hipótese alguma, rotular o aluno, dizendo que ele é “terrível”, “muito bagunceiro”. Esse tipo de definição pessoal é internalizado pelo aluno, e leva a acreditar que ele é assim e pronto. O professor é parte principal no processo de construção da auto-estima do aluno e rótulos só farão retardar e dificultar um processo significativo de construção. Aceitar as diferenças, respeitar e valorizar sem discriminar e comparar, ajuda para que se tenha um desenvolvimento afetivo valoroso.

De acordo com Saltini (1997, p. 91),
a serenidade e a paciência do educador, mesmo em situações difíceis faz parte da paz que a criança necessita. Observar a ansiedade, a perda de controle e a instabilidade de humor, vai assegurar à criança ser o continente de seus próprios conflitos e raivas, sem explodir, elaborando-os sozinha ou em conjunto com o educador. A serenidade faz parte do conjunto de sensações e percepções que garantem a elaboração de nossas raivas e conflitos. Ela conduz ao conhecimento de si mesmo, tanto do educador quanto da criança.
Assim temos que o professor precisa ter consciência de que suas atitudes são fundamentais para que se tenha um bom trabalho e que a partir de atitudes de respeito, ele consiga contagiar todos os alunos e esses, por sua vez, se conscientizem de que as emoções são sentimentos importantes, que fazem parte do cotidiano escolar, mas que precisam ser mediadas de alguma maneira.
De acordo com Libâneo (1994, p. 249), o trabalho docente é organizado levando-se em conta aspectos cognitivos e afetivos. A relação entre professores e alunos faz parte dos objetivos do processo de ensino. Essa relação não se restringe à transmissão e assimilação, pois leva em conta o conjunto, promovendo a valorização do outro.
Segundo o mesmo autor, no trabalho docente deve-se levar em consideração dois aspectos:
o  cognoscitivo – as formas de comunicação dos conteúdos escolares e as tarefas indicadas aos alunos; e
o  socioemocional – as relações pessoais entre o professor e o aluno e asnormas disciplinares indispensáveis ao trabalho docente...
Texto: Valéria da Hora Bessa 
Fragmento do Livro: Teorias da Aprendizagem
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